sexta-feira, 4 de abril de 2008

Protesto violento no Haiti atinge militares

Manifestantes revoltados com a situação econômica do Haiti se reuniram na cidade de Les Cayes, no sul do país. O presidente René Préval é acusado de deixá-los morrer de fome. O protesto, iniciado por volta das 15h de ontem, foi marcado pela violência. Muitas pedras foram arremessadas, inclusive contra a tropa uruguaia e a base da ONU.

Fontes da MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti) confirmam que os militares foram autorizados pelo comandante da missão, o General brasileiro Santos Cruz, que chegava ao local, a responder com a mesma proporção de força. Houve disparos com armas de fogo. Blindados da ONU teriam sido atingidos.

O número de feridos não foi divulgado. Militares dizem que centenas de pessoas participaram do protesto. A imprensa haitiana fala em cinco mil. Os manifestantes teriam brigado entre si porque apenas parte do grupo era a favor dos saques realizados em lojas e caminhões de alimentos. A Polícia Nacional do Haiti (PNH) não conseguiu conter a população. A força policial da ONU foi acionada. A situação se normalizou em 2h30, mas os soldados continuam em alerta.

Há a possibilidade de deslocamento de um pelotão brasileiro para o local. Em Gonaïves, ao norte da capital Porto Príncipe, também aconteceram protestos. Em apenas um ano, produtos básicos, como o arroz e as frutas, subiram cerca de 50%. A maioria da população haitiana vive abaixo da linha da miséria, com menos de dois dólares por dia.

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