Militares se orgulham em dizer que os melhores Guerreiros de Selva estão no Brasil. Eles conhecem os cheiros da mata, sabem se guiar pela posição do sol e das estrelas - embora seja sempre bom carregar a bússola e o GPS. Alguns chegam a identificar há quanto tempo os animais passaram por determinado ponto apenas pelos rastros que deixaram.
Intimidade com a natureza eles têm de sobra e confiança de que dominam a região amazônica também. A maioria deles nasceu ali, é fruto daquela terra cheia de mistérios, lendas instigantes e beleza hipnotizadora. Os caboclos estão na linha de frente da guerra na selva. Eles são os cabos e soldados, que trabalham intensamente pela preservação da floresta e do território brasileiro.
A missão não é nada fácil. O Comandante Militar da Amazônia, General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, compara os 11.500 km de fronteira do Brasil com sete países aos 2.500 km de fronteira entre os Estados Unidos e o México. Lá, eles não dão conta. Apesar do terreno quase desértico, de fácil locomoção e visualização. Aqui, a mata é fechada e a fiscalização só é mais simples, ou menos complicada, nos rios. Sem falar na superioridade norte-americana e no sucateamento das Forças Armadas brasileiras, com os seus modernos fuzis fabricados em 1964.
Com tais empecilhos, os militares dizem que só há duas coisas a fazer: contar com a ajuda dos moradores da região, que atuam como grandes fiscais e avisam o exército sobre qualquer movimento estranho; e investir na qualidade do homem que defende aquele chão. É para formar os comandantes das chamadas “frações” que existe o Centro de Instrução de Guerra na Selva – CIGS. Do sargento ao coronel, todos passam por até onze semanas de instrução. O Major Ricardo Quadros, que serve pela quarta vez na selva e é um dos instrutores do curso, conta que o foco está nas operações na mata, embora o que se mostre normalmente aos visitantes seja a parte de ambientação, também conhecida como sobrevivência.
Na avaliação do major, conhecer a selva, saber como montar um acampamento, conseguir água, comida e como reagir diante da presença animal ajuda a dar confiança ao guerreiro, mas o que faz do militar brasileiro o melhor do mundo nesse tipo de terreno é o conhecimento técnico e tático.
A formação no CIGS requer, entre outras coisas, muito preparo físico, determinação, conhecimento interior e controle psicológico. O Guerreiro de Selva é preparado para resistir à presença inimiga, para surpreender, para desestabilizar, para fazer o intruso se entregar, ou caçá-lo, onde quer que ele esteja.
E o inimigo está por perto, muito perto... mas isto é tema para uma outra conversa.
segunda-feira, 24 de março de 2008
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Um comentário:
Os militares do Exército Brasileiro estão de parabéns...Em um país como o nosso de dimensões gigantescas, é preciso que as Forças Armadas atuem de modo contínuo e empreendedor. Apesar dos baixos salários que castigam a tropa e da pouca vergonha política que vemos por aí, podemos sentir uma grande vontade dessa gente de proteger o que é de fato nosso e ajudar aqueles que estão muito longe do conforto das cidades.
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