sábado, 3 de maio de 2008

Uma jornalista sem palavras

Perplexidade. Indignação. Raiva. Medo do mundo. É muito estranho para uma jornalista ficar sem palavras, ter de buscá-las num dicionário sem a menor noção de quais poderiam demonstrar o verdadeiro sentimento. Talvez não existam.

Livros e dicionários não parecem estar preparados para o mundo de hoje. Eles não acompanham a deterioração social, a perda de valores e as inúmeras cenas de violência - verbal, física e moral.

As cenas de sexo entre uma babá e o dono de uma escola de inglês, que supostamente foi até a casa em que ela trabalhava para conceder uma bolsa de estudos à moça, foram chocantes demais pra mim, apesar da edição. Aquela criança como testemunha de tudo, no meio da sala, caindo do sofá, tirou-me o fôlego, a voz... encheu minha alma de revolta e meus olhos de lágrimas.

Está cada dia mais difícil ver TV, ouvir o rádio e ler jornal. Não pelo jornalismo, que comete muitos erros sem dúvida, mas pela consciência medonha que se adquire. Deter a informação muitas vezes dá medo, tanto medo quanto o da ignorância.

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